Um dia no Hospital - Ultima parte






Depois a coisa acalmou...

Comecei a examinar a sala e os parceiros de dor...estava tudo, de saquinho de soro, a levar na veia.
Um enfermeiro aproximou-se de uma senhora que já estava a levar na veia com outro saco...Esse vai levar 6 horas disse ele.

Eu olhei para o dela que devia ser de 500mml e olhei para o meu (medicamento) 100mml...Olhei para o dela...olhei para o meu: "ena se o dela demora 6 horas o meu leva para aí 2 horas...ora...estou fora não tarda nada"

Depois vieram-me buscar para RX. Voltei à mesma sala e fui-me aninhar-me na mesma cadeira. Olhei para o saco que estava quase quase vazio com olho na gota que caia a um bom ritmo.

Entretanto começa outra senhora a estrebuchar, quando veio do RX, que a dor era na barriga (dela) e que lhe queriam tirar aos pulmões e com aquela "diversão" esqueci-me de controlar a gota...quando vejo a minha Bruta designada com um saco cheiinho e a mexer no "meu" cabide: vou tirar-lhe este que já acabou e vou por este de soro."

250 mml  :'(


Pronto. A partir daqui, em que bati no fundo, o resto do dia foi todo a subir.

Pois. Subi até ao terceiro piso porque o médico, o das unhas roídas, achou que o meu problema podia ser ginecológico. Elevador. Toque na campainha. Entrei.

Puseram-me numa cadeira (não artilhada) em espera. Quase que adormecia não fosse a porcaria da campainha zurrar e pregar-me assim valentes sustos.

Fui atendida por uma médica. Escarafunchou. Estava normal. Fez ecografia. Estava normal. Chamou outro médico e os dois escarafuncharam mais um bocadinho. Normal.

Ao pé de mim: "A paciente está bem da parte ginecológica. Esta queixa que ela tem deve ser cirúrgica só pode ser inicio de uma apendicite ou alguma inflamação nos intestinos"

Desci. Puseram-me sentada numa daquelas escadas de dois degraus que é usada para se tirar algo de prateleiras elevadas (já repararam como comecei a descer no nível de "cadeiras" à medida que ia ficando mais tempo lá? tudo estratégias...interroguei-me se a próxima cadeira seria o chão)...à porta do médico.

Parecia um cãozinho a dormir no tapete de entrada da casa... só que no meu caso não estava a dormir, não tinha tapete nem aquela casa era a minha.

O médico veio reclamar de eu estar à entrada disse-me para eu ir para as cadeiras. Lá peguei no cabide, com o soro pendurado, que já estava no final e comecei a arrastar-me...quando...sua excelência me chama ...Kruella Marina...suspirei, voltei-me e arrastei-me para a sala dele.

"Você tem uma gastroenterite. Tome este medicamentos e vá"

Eu em pensamento : "Whatever...só quero ir para casa e não mais voltar!"

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