Ontem passei por uma situação quase traumática...Bom, tudo começou na última ida ao ginecologista. Como hábito, e na situação de gravidez acentuada em que me encontro, ele preencheu um papelinho com cruzes que eu devia posteriormente entregar ao meu médico de familia para que fossem passadas credenciais, para consequentemente fazer análises. Até aqui tudo bem. Ia pedir ao meu pai para ir à consulta por mim, uma vez que, para obter as credenciais eu não precisava ir a "corrrer" falar pessoalmente com o médico...no entanto, quando olhei melhor para o papel das cruzes (já em casa) vi que tinham que me fazer uma recolha vaginal e outra rectal e isto não era nada habitual...ai, ai...só a ideia que me passou pela cabeça deixou-me logo com pele de galinha. Imaginei-me ir com dois recipientes anti-sépticos, um para a urina e outro com algo mais consistente e o problema era...como é que eu ia acertar no recipiente. Decidi ir pessoalmente ao médico para saber qual o procedimento e tal..."Ah, não é nada de especial" respondeu ele, "Fazem essa recolha com um cotonette". Eu fiquei mais descansada...afinal um cotonette é...fino. No entanto a ideia da recolha rectal não me agradava de todo! No dia seguinte lá fui eu...fiz todas as análises habituais...e tive que esperar até ao meio-dia para procederem às recolhas. Ai ai! Finalmente, chegou a hora e mandaram-me entrar...tive que abrir a perninha, tal como no ginecologista, e tentei colmatar o meu nervosismo com conversa de circunstância. A senhora que me fez a recolha também estava grávida de 5 meses e iniciámos a seguinte conversação:
- É muito dificil? - perguntei
- Não!
- Ah, ainda bem...
- Então está quase? - perguntou ela.
- Está sim, faltam umas 3 semanas.
- Ah, a mim ainda faltam 4 meses! - disse com uma cara de poucos amigos.
-Passa depressa! - respondi eu com um sorriso e acrescentei para animá-la - se tiver uma gravidez como a minha...não tive qualquer tipo de problema, nem enjoos, nem desejos, passou muito bem.
- A minha tem sido todo o tempo com enjoos e azia! - respondeu ela, com ar de poucos amigos, dirigindo-se para mim com os cotonettes na mão e fazendo-me engolir em seco.
- Aiiiiiiiiiiii, que impressão!!!! - gritei eu
- Oh, doeu-lhe? - perguntou ela e juro que quase vi um ligeiro sorriso irónico a desenhar-se na boca dela.
Fiquei quase sem fôlego e cheia de dores. E ela acrescentou: - Agora a outra recolha (anal)! - mas eu já nem a ouvia nem quase a via (que dramático). Vesti-me à pressa e saí dali quase a correr (têm que ter em conta que para uma grávida em fase de quase expulsão a expressão "correr " significa mexer os braços muito depressa e andar muito lentamente pé ante pé, só para ter a sensação que o movimento corresponde á rapidez...lol). Á tarde a dores ja tinham passado complectamente. Mas ficou...o "trauma"...lol. E pensando bem no assunto cheguei a uma das seguintes conclusões:
1 - A senhora sentiu raiva momentânea por a gravidez dela ser...mais difícil e decidiu dar uma "alfinetadela";
2 - ou, a senhora viu o meu nervosismo e foi tão boa profissional que ao magoar-me daquela maneira eu nem sequer a senti a "ir-me ao cuzinho"!
Prefiro, apesar de tudo, pensar que a senhora é um aboa profissional!!!!!
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