A lingua solta-se...e o gato mia!

Epá, já viram este tempo?

Xiiii c'horror!

Pronto já sei que vozes mais altas se levantam para dizerem...atão não eras tu que gostavas da chuva?

Pois gosto! Quero dizer prefiro a chuva ao frio. O que eu vos disse é que gosto da chuva só por si...não gosto quando vem acompanhada de ventos.



Foi o que aconteceu hoje...na estação...a sair dali para acolá....o vento veio por trás (e ainda bem que foi por trás) e pumba pôs-me a correr tal não foi a força. Xiça!
Fiquei toda molhadinha da cintura para baixo. E quando digo molhadinha não é aquela sensação de humidade é mesmo a roupa a pingar em bica.

Mas pronto, isso até não é nada porque uma pessoa noutro tipo de situações até gosta de estar molhada.
Vejam por exemplo no verão...isto é que o pessoal gosta de boiar nas piscinas e brincar com a água, atira-la nas ventas uns dos outros...é tudo água.... e chuva não é mais que uns respingos de água que o S. Pedro e os seus pupilos mandam cá para baixo quando andam na brincadeira na piscina, que eles lá têm, para lá das nuvens.
São uns brincalhões e este ano as brincadeiras parecem não quererem parar...lá por cima.

Mas não façam caso do que foi dito acima o que eu quero realmente dizer é o seguinte:

Uma moçoila, como eu, que vem do campo para a cidade, nota nitidamente que as molhas são diferentes (deste para aquela).

A molha no campo...que foi o caso de hoje quando me desloquei dali para acolá...foi uma molha natural...ou seja proporcionada por um acto da natureza...a chuva cai, a rodos (instrumento camponês que serve para limpar porcaria em estado liquido do chão), e o vento deu uma ajudinha.
Resultado: as pessoas, na estação, começaram a falar umas com as outras entre sorrisos (todas a queixarem-se do mesmo - "ai tou molhado até aos ossos.", "ai esta chuva que não pára"...e por aí adiante) a língua solta-se de maneira natural...

Na cidade a coisa é diferente, a chuva cai, o pessoal com um chapéu de chuva na mão e entre edifícios consegue, na maior parte das vezes, abrigar-se do vento e portanto evita aquela molha limpinha (com a qual o vento abençoa o pessoal do campo) e depois vêm três ou quatro automobilistas, no conforto do seu carro, (com os limpa brisa a trabalhar, quentinhos e animados a responderem ao gajo que fala através do rádio-alguns riem-se outros esperam resposta do radioman) na bisga (ou mesmo sem ser na bisga) e que passam pelos pedestres e encharcam-os com um lençol de água...toda suja.
Resultado: O pedestre levanta o punho e faz sinais obscenos com os dedos, atira nomes à mãe dos condutores e ainda diz que ele tem hastes na cabeça com um conclusivo cabrão! Alingua solta-se de maneira natural...

...os instintos é que são diferentes!

3 comentários:

  1. Estiveste muito perto de de ver passar a voar pela tua janela, agarrada ao guarda-chuva, qual Mary Poppins (mas de forma menos elegante).

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  2. :))

    E ao que parece amanha ainda vai ser pior!

    por isso se passares pela janela acena ao pessoal =))

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  3. Mas já pensaste que as pessoas que fazem os acenos obscenos e se referem à mãe dos automobilistas, são as mesmas que vêm do campo para a cidade! Pois na Cidade não vive ninguém ;))

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