Cá está a reclamação

"Venho por este meio expressar o meu mais profundo desagrado em relação à última informação emitida pelo agrupamento do qual v/ Exa. é responsável.

Recebi a informação de que o Jardim de Infância do V*** só irá reabrir no dia 14 de Setembro. Não haveria qualquer problema se o jardim só fechasse a 14 de Agosto o que não é o caso. O facto é que o jardim fecha a 1 de Agosto e isto porque quem teve que manter o filho na escola teve que pagar o prolongamento coisa que eu faço desde sempre porque os horários para os pais que trabalham são completamente disfuncionais.

Na minha opinião um jardim-de-infância nem sequer devia funcionar nos mesmo padrões que uma escola relativamente aos horários. Acho bem que exista uma educadora especializada, acho muito bem que a própria tenha um horário mas já não concordo que a partir do horário da professora já não se possa ter os miúdos no jardim sem se pagar o prolongamento. Mas esta é uma questão que pela minha parte está resolvida com o prolongamento.

O que v/ Exa. fez, na qualidade de director do agrupamento não pode ser legal. Comunicações deste tipo têm que ser no mínimo dadas atempadamente. Eu tal como o meu cônjuge somos obrigados a entregar à nossa entidade patronal o nosso mapa de férias até 31 de Março.

Não só acho de uma tamanha impertinência mandarem uma informação deste tipo num período que supostamente só está a funcionar o prolongamento e não as aulas, e por isso julgo que os pais que este ano não pagaram o prolongamento mas que poderiam estar interessados em começar no próximo ano não saberão de nada, como esta impertinência estende-se ao facto de v/ Exa. pensar que eu posso ter um mês e meio de férias isto sem contar com as férias que se tem de tirar nos períodos de Natal, Pascoa e Carnaval? Faço o quê? Levo o miúdo para o trabalho durante estes 15 dias de Setembro? Não é exequível de todo.

As escolas têm como função não só educar e estimular as jovens mentes mas também fazerem uma aproximação à realidade social de maneira a que as crianças se sintam integradas. Ora na minha modesta opinião o que o agrupamento está a fazer é a promover a desintegração da unidade familiar. A criança vai para casa, vai de férias mas terá que passar, (num futuro porque, no meu caso pessoal, este ano não sei como vai ser) um tempo com o pai e outro com a mãe. Não há união com os dois progenitores...isto porque não há empresa alguma que dê aos seus trabalhadores 40 dias úteis de férias.

Pode ser viável para pais separados não para pais que continuam a manter a unidade familiar.

No número 7 do artigo 241 do código do trabalho pode ler-se o seguinte – Os cônjuges, bem como as pessoas que vivam em união de facto ou economia comum nos ter-mos previstos em legislação específica, que trabalham na mesma empresa ou estabelecimento têm direito a gozar férias em idêntico período, salvo se houver prejuízo grave para a empresa.

Se uma empresa é "obrigada", pelo Estado, a cumprir este tipo de requisito de forma a promover a união familiar porque razão uma instituição estatal submete-nos, a nós pais, a termos que nos "desenrascar" para tirar férias com desfasamento temporal. Não entendo, não acho justo e revolta-me.

Considero não só esta medida como uma falta de consideração por todas as pessoas que estão deste lado como uma falta de respeito pelo facto de avisarem tão tardiamente. E ponho novamente a questão.

Com as minhas férias marcadas como faço agora? Onde ponho o meu filho nesses 14 dias de Setembro?

Espero que v/Exa., na qualidade de responsável pelo Agrupamento, posso ainda interceder a quem de direito de maneira a que se possa ainda dar a volta à situação e quiçá reabrir a escola, pelo menos, a 6 de Setembro.

Espero uma resposta da sua parte.


Com os meus melhores cumprimentos,"

2 comentários:

  1. Nop...

    Não tiveram tomates.

    Ouvi uma breve referência quando no inicio do ano lectivo ao apresentarem o plano anual disseram:

    "...e escusam de escrever..." não sei se era para mim...

    mas não me vou ficar por aqui...vou informar-me melhor e se me disserem que terei "pernas para andar" pretendo avançar com uma reclamação para o ministério da educação...

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