Observações no comboio


Sentei-me.

Passado um minuto o telefone tocou.
Não era o meu.
Era do dono. Um rapaz sentado perto, em perpendicular, e que eu conseguia ver pelo canto do olho.

O rapaz atendeu e esteve com uma converseta cerca de 5 minutos com uma rapariga. No final da conversa diz-lhe (à rapariga) onde está. Desliga o telefone e começa a ter tiques.

Compõe-se no banco, estica as calças, ajeita a mala que está ao colo.
Puxa a camisa, ajeita-se no banco e dá um toque à mala.
Passa a mão pelo cabelo, funga e compõe a garganta ajeitando a voz numa espécie de pigarreio e olha para o lado. Dá mais um toque à mala. E vai acima e abaixo no banco compondo as calças. A mala.

E eu a topar aquela mexida toda com a minha visão periférica ultra apurada (de frente não vejo um boi...)

Ela chegou finalmente. Sentou-se olharam um para o outro. E ele não tem mais nada...prospega-lhe... com um sopro no olho.
Ela chama-lhe de estúpido. ele ri-se e vão calados o resto da minha viagem.

Hã? Isto é que é amor!!


6 comentários:

  1. Não sei porquê mas lembrei-me daquele dizer: "Mãos frias, o coração quente". Provérbio comum a muitos países, o que mostra que a imbecilidade é universal...

    ;)

    ResponderEliminar
  2. Quais imbecilidade quais quê?
    Cumplicidades que são o suficiente para dispensarem palavras! :)

    ResponderEliminar
  3. Sandrine:

    Todas as pessoas têm algo em comum: são todas diferentes...

    ResponderEliminar
  4. Acho q o "estúpido" surgiu porque o sopro levou um perdigoto a acompanhar! :)

    Lá se achava o cupido e deu no que deu... :)

    ResponderEliminar
  5. Olha o Filipe..há quanto tempo ;)

    Eu tb acho que o cupido andava-se por ali a roçar :D

    ResponderEliminar