Tal como...


Tal como uma árvore secular começo a vergar com o peso das ramificações.

Quando são novas as árvores erguem-se com toda a sua pujança em direcção ao céu. De ramos esticados com a intenção de tocar no sol ou nas estrelas, também eu me estico cada dia para chegar mais além.

Nem a força do vento nem as torrenciais chuvas, que tentam descalçar as raízes da terra, nem o sol abrasador conseguem fazer com que as árvores não se ergam cada vez mais alto.


Depois vem a interacção com o homem. Esta é confusa. O homem por um lado tenta derrubar-nos por outro faz-nos crer que é nele que está a força. Quando nos corta os ramos...ficamos impotentes, sentimos uma parte de nós a deixar-nos mas ele fá-lo para ficarmos mais fortes.

Sim, ficamos mais pequenas mas o ramos cortados crescem mais fortes e com mais força para se erguerem. Ficamos maiores.
Por essa razão, deixo que ele me rasgue a pele para inscrever palavras. Sangro a minha seiva por um bocado mas o que importa é que me vou erguer até ao sol ou até às estrelas.

Tal como uma arvore secular suporto o peso das minha ramificações e sigo em frente!

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