Tiro os albuns da estante e sopro-lhes na parte de cima. Com a mão passo pela capa grossa para sentir a textura e abro-a: para embrulhar a retina no papel brilhante; para que as cores me inundem; para que, esperançadamente, as imagem me façam sorrir.
Vejo pessoas de outros tempos, recordo tempos idos em que as piadas eram inocentes em que o sorriso era bem mais despreocupado e em que havia confiança no dia seguinte como um dia melhor.
Vejo a foto do primeiro namorado a sorrir caridosamente para a câmara, quase que recordo a conversa tida nesse dia, as quedas na bicicleta ao tentarmos uma acrobacia com os lábios, o enamoramento inocente.
Vejo fotos de outros namorados, de familiares próximos e afastados, de amigos: daqueles que ainda mantenho contacto e dos outros em que este há muito se perdeu.
Vejo pessoas de outros tempos, recordo tempos idos em que as piadas eram inocentes em que o sorriso era bem mais despreocupado e em que havia confiança no dia seguinte como um dia melhor.
Vejo a foto do primeiro namorado a sorrir caridosamente para a câmara, quase que recordo a conversa tida nesse dia, as quedas na bicicleta ao tentarmos uma acrobacia com os lábios, o enamoramento inocente.
Vejo fotos de outros namorados, de familiares próximos e afastados, de amigos: daqueles que ainda mantenho contacto e dos outros em que este há muito se perdeu.
Tento adivinhar se a expressão seria aquela se na altura soubesse...o que hoje sei.
Os albuns acabam no quinto. Fecho o último livro grande e pesado e com mais um sopro meto-o na estante para guardar aqueles momentos capturados pelo olho do outro lado. Fica para outra vez quando tiver saudades de tempos idos.
Guardado naquela estante está uma boa parte da minha vida que foi boa apesar de todos os chiliques, birras, ralhetes, decepções, choros e emoções mais negativas.
O resto da minha vida continua em modo digital.
Neste resto continuo a sorrir, sem a inocência de outrora mas o sorriso está lá, diferente, mais aperfeiçoado para a foto mas continua lá!
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
ResponderEliminarComigo é igual agora como dantes. Só se perde a inocência se se passar a ser culpado.
ResponderEliminarSe calhar sou eu que não percebo esse conceito de inocência/culpa, ou talvez eu seja simplesmente um caso de sem-vergonha, mas com 37 anos encaro as amizades e relacionamentos da mesma maneira que quando tinha 17.
Ou ainda, talvez não tenha aprendido é nada.
Venha o diabo e escolha!
Discordo! Nem sempre perder a inocência é ser culpado. Acho que perdê-la é ficar consciente de que há situações pelas quais já não queremos passar. Por isso agimos com mais cautela com o avançar na vida.
ResponderEliminarMas se há alguém que consegue chegar a uma determinada idade e pensar "sou a mesma pessoa de há uns anitos atrás e consigo entregar-me com a mesma confiança", é muito bom!
Na parte que me toca eu gostava de ser assim ;)!
Um jinhaço para ti por o conseguires!!!!
Pois, sempre pronto a meter-me em alhadas. Mas os proveitos suplantam as perdas! acho... ;)
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