Alien à vista


Aviso desde já que este texto não é para o estômago de qualquer um.

Se se considera uma pessoa sensível a determinados tipos de assunto...
se for do género feminino é melhor mesmo terminar aqui a leitura (porque eu sei que todas as mulheres vão fazer bulhac se lerem isto até ao fim)...
se for um homem com algumas tendências femininas ou homem hiper-sensível faça o mesmo que as mulheres...não leia

Ora cá vai...

Na quarta acompanhei a minha mãe ao hospital para mais uma consulta de oftalmologia. Esperámos, esperámos, esperámos e pela hora do almoço (perto da uma) já desesperávamos. Comecei a ficar resmungona por várias razões:
-1a. porque tinha acabado o livro que estava a ler e não tinha mais nada onde pousar os olhos e a mente;
-2a. porque a minha mãe encetou uma conversa comigo que até começou normalmente e depois acabou um cadito mal, já não a podia ouvir e francamente houve um momento que me apeteceu fazer-lhe umas festinhas mas como não sou dada a contactos físicos íntimos ela escapou-se;
-3a. fome. Estava cheiinha de fome.


Aproveitei e fui comprar comida para nós os três (a contar com o meu pai) à máquina. Eu e as máquinas temos um relação...uiiiiiiiii...quase erótica...enquanto não esfregar os dedos pelos botões todos...as máquinas nunca me atribuem prémio. No piso onde estava a máquina só tinha 2 sandes. agarrei nelas e fui entregá-las a cada um dos meus progenitores. E fui para outro piso procurar outra máquina que tivesse comida. Encontrei-a e encetei uma relação ainda mais erótica que a da primeira ao ponto de olhar para ela, rir-me quase histericamente (mas baixinho) e querer também passar-lhe com o meu pézinho. Quando finalmente consegui o meu bónus, abri o plástico, e já salivava com a premissa da primeira dentada mas...

...mas como tinha tantas coisas na mão (mala, carteira das moedas, moedas de troco e o recipiente de plástico onde a sandes estava instalada) não consegui tirar a sandes do recipiente de plástico e, óbvio, resolvi primeiro arrumar as coisas para comer apropriadamente.

Aqui imaginem-me, agora, (não na altura, na altura estava muito envolvida na arrumação) com um sorriso largo sarcástico...

Arrumei as moedas na carteira e ia arrumar a carteira na mala quando a sandes saltou inadvertidamente para o chão (não fui eu que virei o pulso e despejei tudo. Não. Foi um salto acrobático que a coisa fez) esparramando-se como pôde e não deixando nenhum dos seus pedaços intactos...todinha...estatelada no chão...e eu a salivar e a ficar cada vez mais resmungona.

Fui ter com os progenitores e, com os dentes arreganhados, contei-lhes o que aconteceu.

Esperámos mais e lá fomos eventualmente atendidos. Eu fui chamada ao gabinete do médico para assinar uma autorização e...

...quando lá estava deu-me um pequeno ataque de tosse.

Pus a mão à frente da boca e senti a mão molhada. Estranhei e espreitei a mão...enquanto falava com o médico.

Agarrado à mão estava uma pequena bola de muco, verde. Abanei a mão ligeiramente...acho que deve ser a primeira reacção instintiva que temos...e aquilo nem se mexeu.

Fechei ligeiramente a mão para o médico não reparar enquanto ia respondendo a algumas questões, poucas. Felizmente já tinha assinado o papel e saí do gabinete com aquilo verde na mão...acho que ele ainda estava a falar comigo...mas aquilo verde na minha mão toldou-me todos os sons à minha volta.
Tirei disfarçadamente um lenço de papel com a outra mão, coisa que levou o seu tempo, enquanto a minha mãe se aproximava e dizia qualquer coisa que nem ouvi, só lhe arreganhei os dentes...e limpei.

Não foi bem limpar...foi um atirar com o lenço de papel contra aquilo e puxei-o, quase à força, do sitio onde se tinha alojado.

Era um alien...tenho quase a certeza...não era nenhuma coisa parecida com escarreta nem pensem nisso...era um alien.

Verde, peganhento e consistente. Um alien.

Fome? Qual fome?

Tinha eu e muita.
Ainda fui comer depois de tudo aquilo e senti-me muito melhor...

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