Sou poderosa!


Os meus inimigos são demasiados. Quando entramos no campo de batalha eu entro com desvantagem numérica mas com uma vantagem de peso e com técnicas de luta muito mais mortais.
Até agora o inimigo tem estado a reunir as tropas e a agrupar-se enquanto eu observo a suas movimentações à distância.
O inimigo inicia a marcha quando o sol ainda é fraco esperando passar despercebido e recolhe no final do dia.
Mas hoje...hoje houve uma provocação...atravessaram o meu território. Este território há muito que era sagrado...e uma vez trespassado pelo meu inimigo jurado...foi assim lançado o mote para a confrontação directa.
Sentindo-me insultada com tamanha ousadia, apetrechei-me com a minha arma e no campo de batalha vaporizei todos quantos pude. Todos os que estavam em território sagrado morrerem com o meu raid e eu inundada pelo entusiasmo da batalha saí dos limites do território. Com movimentos sincronizados de luta e uma dança frenética destruí todos aqueles que se atiraram contra mim.
Sou poderosa!
O inimigo continua a reunir e eu aguardo pelo próximo ataque munindo-me com mais armas.
Sou poderosa e difícil de derrubar.

1 comentário:

  1. (censurado pelo serviço de informação militar), 14 de Junho de 2008

    Querida Mãe

    Espero que vá tudo bem por casa. Como vai a nova ninhada? As Irmãs têm ajudado?

    (censurado pelo serviço de informação militar) não é nada do que esperávamos. Ou talvez seja, talvez sejamos nós quem já ignora o contraste do sol radiante, as húmidas sombras refrescantes, o doce húmus desta terra, a abundância... Hoje apenas temos ocelos para o solo juncado pelos (censurado pelo serviço de informação militar) de cadáveres das nossas irmãs, o cemitério em que (censurado pelo serviço de informação militar) se tornou. Ó Mãe, como é vil esta guerra!
    Mãe, eu tinha jurado, não odiar o inimigo... ele sofre como nós, tem de alimentar os filhos como (5 linhas censuradas pelo serviço de informação militar) própria propaganda!
    Mas não posso evitar, Mãe, não consigo cumprir a jura; como perdoar a quem nos (censurado pelo serviço de informação militar) como formigas? A quem nos gaseia com morte química e viola todos os protocolos, não há Genebra que nos valha.
    Ó Mãe se visses os (censurado pelo serviço de informação militar) de corpos das minhas irmãs, carne da nossa carne, ali ao sol expostos, grotescas estátuas, toraxes em agonia, mandíbulas enclavinhadas, sobressaindo da mortalha de mortais vapores.

    Nem sepultura nos permitem...

    Como negar o ódio Mãe, se dele me alimento, se nele tenho amparo...
    Posso não voltar de (censurado pelo serviço de informação militar), Mãe, mas se o dia chegar ouvir-te-ei dizer: "Ah malditos, levaram-me uma filha, devolveram-me um tronco ressequido".
    Que todo este açucar compense, pois com sangue o comprámos.

    O inimigo é poderoso, nós... numerosas.

    Remessa postal 1755, Batalhão "Mandíbula Afiada". Porte pago pelo exército. Resposta ao SIM sem garantia de entrega.

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