Do fundo do coração


Isto não é fácil mas é um bocadinho de mim...e é dedicado a quem é pai/mãe e a quem pretende ser.

Tic-tac!
Foi o relógio biológico quem me pôs no caminho do gajix...mas...até lá chegar...passei por alguma tortura.

Primeiro...fui buscar um animal de estimação - para muita gente é assim que começa. A necessidade de testar se nos conseguimos dar e o pensamento um pouco errado do "se eu conseguir criar e cuidar do animal também o posso fazer com uma criança". O animal é do mais fácil...crescem rápido, ficam independentes mais cedo...e comem o que se lhes põe à frente!

Depois a coisa começou a bater mais a sério. Decide-se que é a partir dali e criam-se espectativas todos os meses. A coisa não acontece no final de um ano, no seguinte experimenta-se coisas diferentes, no terceiro só faltou fazer o pino e nada...

Muda-se de médico...descobre-se trompa entupida e mioma e vai-se à faca...passa-se quase outro ano e nada...experimenta-se consultas de fertilidade e de repente...manda-se tudo para o ar!

Cansada...se não acontecer...recorre-se à adopção...foi o que se pensou!

Entra-se então num estado de relax...de diversão com os amigos...curtir mais um pouco a vida...de outras sensações cognitivas e emocionais e de repente...pumba...entra o gajix!

A primeira ecografia confirma o resultado do teste e uma lágrima cai de emoção para dar lugar a 9 meses de relativa felicidade...entre simples preocupações...em relação ao que se ingere, em relação aos esforços, em relação a prioridades e até na busca do nome perfeito.

Parir não é fácil...a epidoral nao fez efeito...sentiu-se tudo e depois de 15 horas lá me consegui desenvencilhar.

Vê-se o bébé e pensa-se: e agora? serei capaz? Que sinto? Não devia sentir mais? Tenho sede!

E a partir daqui é que se vão criando os laços que nos fazem pais na verdadeira aceção da palavra: na observação, no toque, no reconhecimento da voz e dos gestos, no choro, na brincadeira, no primeiro dente, a primeira ida ao hospital, no primeiro sorriso, na primeira palavra, em todas as palavras seguintes, na primeira birra, na primeira construção de frases...e outras coisas que eu ainda não conheço...

Não se é mãe e/ou pai só porque tem os nossos genes no seu ADN.

É-se mãe e/ou pai quando se sente...quando se sente do fundo do coração...a dimensão da quilo que nos atingiu: o amor!

É relativamente difícil pela dedicação que lhes atribuímos mas torna-se numa dificuldade ténue quando a retribuição quer seja em abraços, mimos e beijinhos...ou na simples palavra que sai da boca dele quando me chama: Mãeeeee.

Vale! Vale tudo a pena! E é tudo tão simples!

!

4 comentários:

  1. Eu não quero ser mãe mas respeito e admiro quem o é e quem o quer ser. Um sorriso desses vale o mundo! :)

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  2. A parte da epidoral e das 15 horas de espera eu não sei ....
    lol

    Mas do resto faço minhas as tuas palavras.

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  3. Velvetsatine: Pois vale. E esta foto já bem "velhinha" ele agora já nao se ri tanto para a máquina...maroto :-/

    Nikky: :)

    hmgs: a sério? Olha que o meu disse que sentiu quase tanto como eu...pelo menos na mão deve ter sentido...com os apertões =))

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