Quando somos pequeninos tudo à nossa volta é tão colorido.
Corremos saltamos gritamos de alegria, sorrimos de vida...certos de que estamos seguros...não há perigos...
Temos amigos, todos iguais a nós com quem partilhamos corridas, saltos e gritos...somos iguais...somos crianças...não há inveja...não há ciúmes...pronto uma briguita ou outra mas sempre sem intenções malévolas...
somo inocentes...sorrimos da vida...
vamos crescendo e pulamos, rimos, gritamos e por vezes arriscamos a vida sem disso termos consciência...
crescemos um pouco mais e começamos a fazer escolhas...ainda inocentes...sem pensarmos em consequências...somos novos nada nos afecta...
....não damos valor a muito...só aos amigos e ao que fazemos com e por eles...
Até que, passados alguns anos, já com alguns cabelos brancos a instalarem-se definitivamente, sabemos, por ouvir dizer, que fulano tal luta com o vicio da droga (outro já se foi de overdose, outro escolheu o caminho da politica, outro é secretário de estado não sei do quê, outro não é cumpridor, outro matou o irmão e foi preso, outro casou-se e já tem 4 filhos, outro saiu do País, uma tornou-se arquitecta paisagística, outra contabilística e outros, tantos outros que passaram "por nós", de quem nunca mais sabemos nada)...
Paramos um momentos e dizemos. Fulano tal? Epá eu conheço-o...andou comigo no jardim de infância. A sério? Ele já está sem um braço. Teve um acidente há muitos anos???? Coitado. Eu brincava com ele (e tenho um flash... lembro-me de o ver correr ainda menino, meio loirinho a sorrir, a brilhar, com os amigos mais próximos)
E assim, de repente um dia...lembramo-nos daqueles que nos divertiam, dos que pulavam connosco com quem ríamos e com quem prometíamos amizade para toda a vida...fazemos a listagem de nomes e realizamos...
...as pessoas que éramos só existem em flashes fugazes de memória da nossa infância.
Fomos...fomos felizes por breves instantes.