Espiões


Parte III

Entrei no circulo e aguardei a chegada das adversárias. Contava com uma de cada vez mas entraram as duas ao mesmo tempo. Percebi porquê Apolónio me tinha oferecido a faca que agora transportava na parte de dentro das minhas botas. Este combate ia ser duro e ouvi alguém gritar que assim seria digno de uma princesa.
Em Limpia os combates no circulo nunca eram combates de morte. Faziam parte de um jogo, por vezes torturante para a parte mais fraca, mas nunca iam até aos extremos. Mas agora a regras tinham mudado. Eu tenho noção que ou mato ou morro. Aquelas duas não me vão dar descanso!
Tentei permanecer junto à parede mas a multidão começou a protestar e a mulher mais alta investiu contra mim. Com a espada que tenho tive que arranjar espaço para manobrar e por isso afastei-me da parede dando oportunidade à outra de me cercar pelas costas.

A primeira mulher estocou-me com investidas rápidas desenhando X's imaginários à minha frente. Eu não podia dar-me ao luxo de me concentrar apenas nos movimentos da sua espada porque a segunda mulher aproximava-se com dois alfanges nas mãos. Aparei uma das estocadas com a minha manopla e o meu braço ficou momentaneamente dormente com a força do impacto. Saltei de imediato para o seu lado direito obrigando-a a virar-se no sentido do braço que usava para me atacar. A segunda mulher investiu nesse momento mas eu consegui aparar o golpe. Rapidamente contornei a mulher dos alfanges e investi contra ela. Tinha agora as duas mulheres à minha frente mas era para a mulher mais baixa que eu dirigia a minha atenção. Enquanto lhe dava estocada atrás de estocada fazia-a, intencionalmente, pôr-se à frente da outra bloqueando-lhe assim o acesso a mim.
No entanto esta manobra não durou muito tempo. A primeira mulher dá um grito de comando à segunda e esta saiu da minha frente mas eu continuei a investir contra ela obrigando-a a defender-se e escudava-me assim da outra. Ela recuou e eu fiquei desprotegida e abri uma brecha do meu lado direito que a mulher alta aproveitou. Com a minha espada impedi uma estocada que me abriria a cabeça e decidi mudar a minha estratégia.
Rapidamente baixei-me, estiquei uma das minhas pernas num movimento giratório e preguei uma rasteira à mulher alta e antes que ela tocasse no chão consegui abrir-lhe uma ferida na coxa. Ela rebolou para longe e eu só tive tempo de aparar dois golpes dos alfanges. Empurrei a outra mulher e enquanto ela se equilibrava olhei para a primeira e reparei que ela se punha de pé com dificuldade e que furiosa se preparava para retomar a investida.
Enquanto a segunda mulher se aproximava violentamente oscilando as duas lâminas eu simulei uma defesa como a anterior mas no ultimo segundo mudei a posição da minha espada e com um grito carreguei sobre a barriga da atacante e retorci a lâmina lá dentro. No entanto não consegui tirar a lâmina do corpo da outra e perdi a minha arma afastando-me do corpo com duas cambalhotas para trás.
Tirei a faca da minha bota e a mulher mais alta riu-se. A desvantagem era evidente: eu com uma lâmina curta contra ela com uma espada...jamais conseguiria apanhá-la a não ser que efectuasse uma "dança" rebuscada...mas ela estaria à espera disso. Portanto fiz a única coisa lógica que me restava. Enquanto ela se ria em frente à multidão eu arremessei-lhe a faca em direcção à garganta! E foi de lá que a tirei perante um momento aterrador de silêncio, seguido de um barulho ensurdecedor.

Depois de me tirarem do circulo algemaram-me mas esqueceram-se de me pôr grilhetas e esse foi um erro fatal para o meu carcereiro. Desde pequena que conheço o circulo e todas as passagens que me poderiam levar à liberdade. Por isso com um encontrão e dois pontapés no sitio certo inutilizei o meu carcereiro e corri tanto quanto a adrenalina me deixou.
Sabia que em breve, à minha procura, iam estar todos os "espiões" do reino mas não tinha nada a perder. Os "espiões" são mini-robot que nos detectam e atacam com o veneno que têm na cauda. Vi um na esquina de uma passagem e consegui destrui-lo antes que me picasse. No entanto sabia que em breve estaria ali tantos contra os quais eu jamais conseguiria escapar. A única solução era correr em direcção à água e foi o que fiz. Aquela passagem levar-me-ia directamente ao rio que atravessava a cidade por baixo. Cheguei ao final da passagem e atirei-me!
O texto seguinte será feito pelo Filipe :)

3 comentários:

  1. Opá... gostava de conseguir escrever assim, de ter essa imaginação!!!
    Vá... fico à espera da continuação... ainda este ano simmm???????

    ResponderEliminar
  2. Ena ena... duas.. mulheres.. assim a modos que... ansiosas por mim... bem... isto promete!

    ResponderEliminar