Cheirinho...


- Bem…acho que a tua irmã se fartou de chorar mas mesmo assim não demoveu os teus pais! – disse João ironicamente.
- Ah! Então o clima lá em casa deve estar tenso!
- Agora já não! Mas há três dias estava de cortar à faca!
- Raios! Espero que não sobre nada para mim. O meu pai quando anda mal-humorado chega a ser insuportável.
- Sim! O melhor será evitares fazer mais umas das tuas bi…quero dizer, manteres-te o mais sossegada possível. – corrigiu ele apressadamente quando se apercebeu da mudança de semblante na cara de Amélia
- Birras? – disse ela levantando o tom de voz – Birras? Não sou mais uma criança, João, para fazer birras!
- Claro que não! Mas…às vezes…era bom que ainda fosses…que fossemos. Afinal era tudo muito mais simples.
- Pois, mas o tempo não pára e nós crescemos…eu cresci!
- Eu sei! – disse ele tristemente olhando para os arreios que segurava nas mãos.
- E o inspector Martins, disse mais alguma coisa? – perguntou ela para mudar de assunto.
- Não. Não houve mais ataques à vedação, nem qualquer outra espécie de vandalismos.
- Ainda bem! Quero dizer, ainda bem que acabou mas é chato não sabermos mais nada sobre o que aconteceu.
- Hum…
- Temos que cavalgar, pela quinta, como fizemos da última vez! Foi tão divertido! – disse ela tentando mudar de assunto novamente. Ia continuar a conversa quando de repente lhe entrou um mosquito pela boca e ela começou a tossir desesperadamente. - O que foi? – Perguntou João sobressaltando-se.
- Acho…cof, cof…que me entrou…cof, cof – respondeu ela aflita apontando para a garganta.
- Cospe! Cospe! É o melhor!
Amélia olhou para ele com os olhos marejados de água e virando a cara para a frente cuspiu!
- Nãoooo! – tentou avisar João
Com o movimento da carruagem e com a suave brisa que corria, a saliva que Amélia expelira com a cuspidela espetou-se na sua cara mesmo por baixo do olho esquerdo. Amélia torceu os olhos, de forma convergente, para ver o que é que lhe estava agarrado à cara e quando se apercebeu começou a gritar.
João desatou a rir e puxando os arreios obrigou os cavalos a pararem suavemente. João ria-se perdidamente. Amélia tirava a custo, da sua malinha de mão, um lenço de linho branco e limpava o rosto com uma expressão cada vez mais furiosa.
- Ainda bem que alguém está feliz!
- Ah, ah, ah, ah, ah, ah. – riu João sem conseguir controlar-se.
Amélia cruzou os braços e esperou que João parasse de rir.
- Podemos continuar a viagem? Ou vais ficar aqui a rir até anoitecer?
-Vamos embora! – disse ele entre risadas chicoteando os animais.
Este ainda não foi editado...mas já que tive tanto miminho no post anterior...partilho um dos momentos que me deu mais prazer...quando o pus virtualmente no papel. E o que eu me ri quando escrevi esta cena, só por isso valeu a pena! ;)

6 comentários:

  1. Umas das minhas cenas preferidas de tão hilariantes!!! :)
    Força amiga que aqui a tua editora-correctora ortográfica-fã continua ANSIOSAMENTE à espera do resto!!!!! :D

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  2. O design da paginação está garantido...

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  3. Chapas: se continuar por este caminho o livro não sai...a não ser desta pobre cabecinha...

    Sandrine: Ai linda se não fosses tu entusiasmares-me para continuar nem estas 200 páginas ainda tinha escrito...mas vai sair mais uma revoada de ideias.

    Patricia: LOL...a intenção era essa...já lá vão 4 anos!

    PP: ena...ka bommmmm...então já ganhei o dia! Yuuppiiiiiiii

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  4. ...e já escreveste 200 páginas?
    Boa!!

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