Era uma vez uma menina de 5 anos que brincava na rua entretida com o cão da vizinha. O cão da vizinha chamava-se fadista por ter o pêlo preto à excepção de uma mancha branca no peito. O fadista viu um cão e fugiu daquela brincadeira perseguindo o outro. A menina não querendo ficar sozinha levanta-se e sai numa correria desenfreda atrás do fadista, chamando por ele. Embrenha-se no mato sempre sem perder de vista o cão e quando se apercebe está rodeada de árvores e ervas altas. Ouvindo os cães latirem e rosnarem aproxima-se do sitio de onde provinha o som e descobre que no meio daquela mata está uma casa de chapa.
Ela grita com os cães para pararem de rosnarem receando que os dois se peguem numa luta violenta.
Ao ouvir a voz da menina o dono da casa de chapa sai para a rua e ralha com os cães. Atira-lhes com alguns objectos e os dois acabam por fugir daquele sitio. O homem, de cabelo farto e desgrenhado e com uma barba até ao peito, vira-se para a menina e sorri.
- Ora, ora vejamos os que os cães trouxeram desta vez!?
A menina sorri timidamente e pergunta: Quem és tu? Pareces um leão!
- Sou um leão sim...aproxima-te e vem ver as minhas garras! - disse ele agarrando-a por um pulso.
Anos mais tarde quem lhe via o pescoço perguntava como tinha sido feita aquela cicatriz e ela respondia encolhendo os ombros: Foi um leão...mas nunca ninguém acreditou em mim!
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