Da nudez e apalpadelas

Sendo eu uma rapariga cheia de stress, com problemas de postura e as normais preocupações femininas com a celulite, decidi o outro dia fazer massagens. Vi o anúncio no meu ginásio, lembrei-me dos benefícios de tal prática e decidi perder o amor ao dinheiro (esta parte foi a mais difícil).
No momento actual, cinco massagens depois, decidi partilhar as minhas mágoas e ventar o que me vai na alma.
Pensava eu, inocente, que ia ser como quando fiz drenagem linfática e fui feliz e contente para a primeira massagem.
Mal lá cheguei e disse ao que ia, a senhora da recepção estende-me uma toalha e diz-me “pode ir para uma das divisórias e tire tudo”. Logo aí vi o caso mal parado. Mas como estava em dia de ser bem mandada, lá fui e tirei tudo, tendo de seguida a difícil tarefa de tapar todas as partes relevantes com uma toalha pró minúscula (tarefa difícil para quem é assim comprida como eu).
De seguida, diz-me a senhora, “agora vai tomar um duche” e mostra-me uma fileira de duches seguidos, sem divisória e com acesso de toda a gente que frequenta aquela área (só gajas é certo, que não estamos na Alemanha, onde é tudo em pelota, unissexo – para quem achou piadinha, relembro que estas coisas são frequentadas por pessoal mais velho, por isso, é só pelancas e coisas descaídas – perdeu a piada, foi?).
E ainda tive o bónus de ter passado pela parte do duche escocês. Não, não é tomar banho com um escocês, é aquela coisa gira de estarmos numa sala a ser mangueirados por uma gaja geralmente com ar de poucos amigos e, no caso destas instalações, em pelota. Não vos lembra uma cena de um filme qualquer? Sim, aquele em que o gajo está preso e os guardas lhe dão banho à mangueirada através das grades da cela. Não vos dá vontade de irem a correr fazer duche escocês? A mim, também não.
Agora imaginem essa situação mais o esforço de equilibrar a toalha minúscula, tendo em conta que os compridos como eu geralmente são desajeitados. É obra.
Segue-se a massagem, agradável é certo. Da primeira vez, tirando o constrangimento de estar em pelota, nem foi mau. Quando da terceira vez, a massagista (nunca lá repeti massagista, não sei bem porquê, esperem, talvez seja por não dar gorjeta e não falar durante a massagem. Duh!), passando a parte de me massajar a barriga, começa a massajar-me o peito, sem sequer dizer água vai nem com licença, tive de me agarrar para não me ir embora. Oh, meus amigos, não havia necessidade.
Isto da nudez e apalpadelas, tem muito que se lhe diga. Eu confesso que fico mortificada se tiver de andar nua (claro há circunstâncias adequadas para isso, mas não vamos entrar por aí). Fico horrorizada com as velhas do ginásio que conversam umas com as outras em pelota (Meu Deus, mas porquê?). Em roupa interior já é mau o suficiente, mas será sensato falar da viagem à Terra Santa e da “picuice” dos funcionários da El-Al, enquanto abanam as mamas descaídas? Do people have no decency anymore? Serei só eu que penso assim? (comentários, por favor)
Tendo pago dez massagens, estou lixada com mais 5 ocasiões constrangedoras. Ainda vou pensar se continuo ou não, apesar dos óbvios benefícios para as costas, banhas e etc.
Cheira-me que isto das massagens, bem espremido, ainda dá mais um post ou dois… Stay tuned.

PS: Aquilo da nudez e apalpadelas era para enganar os patos, que se calhar pensavam que ia sair daqui algo sexual (hehe). Para vocês, só tenho uma palavra, Quáquá…