PINK!


Hoje apetece-me falar da minha cor preferida. E porque é que o cor-de-rosa é a minha cor preferida? Basicamente porque sou um poço de contradições e parecia mal não ser uma cor destas, considerando todas as outras coisas a que acho piada.
Basta verem o meu perfil. Gosto de música pesada, de policiais e terror e se gostasse de preto seria demasiado normal. Era fácil tirarem-me o retrato e toparem-me logo. Agora alguém que delira com Rammstein e se veste de cor-de-rosa, isso é que é exótico.
Passo a contar uma história para ilustrar o facto. Sou consumidora habitual da Faneca (nome afectuoso que dou à Fnac) e passo por lá muitas vezes na hora do almoço e ao fim do dia para estoirar um bocado de dinheiro. Calhou um dia aparecer lá quando estavam os Moonspell a dar um concerto. Estão a ver a concentração gótica que para lá ia, só com gajos vestidos de preto e gajas com malas em feitio de caixão (mas quem é que usa essas coisas, valha-me Deus! Isto só pode ser mau para o Karma). Como estava lá muita gente, calhou a estar um “maralhal” encostado à zona de gótico/industrial, a quem tive de pedir licença para ver os CDs. Acho que lhes preguei o susto da vida deles. A cara que fizeram quando viram aproximar-se da secção DELES uma rapariga de fatinho, camisola cor-de-rosa e ar um bocado benzoca (quanto a isto não há nada a fazer, sou advogada, tenho de vestir o papel no trabalho). Contudo, devo esclarecer que, nem que pudesse vestir-me de preto e andar sempre de biqueiras de aço no dia-a-dia, o faria. As botas são muito pesadas e nada confortáveis e o preto deprime-me.
Com isto, passo à segunda parte da minha dissertação, porque é que uma pessoa tem de ser “parametrizada” de modo a espelhar exactamente o que ouve, lê e come? Porque é que não posso vestir cor-de-rosa, gostar de música industrial, ler Stephen King, ser vegetariana e as pessoas acharem isto normal? (a parte de vegetariana é brincadeirinha, é só para ilustrar melhor a ideia…).
Reservo-me ao direito de não ser etiquetada. Se até os Aerosmith têm uma canção chamada “Pink” e são roqueiros másculos, eu também posso gostar de cor-de-rosa à vontade sem me chamarem beta.
Tenho dito.

PS: Eu sou a autora da linda obra de arte que vêem supra (Párem de rir, se faz favor, quem dá o que tem, a mais não é obrigado). Fotos com cor-de-rosa, só tenho a filha da minha colega de gabinete e tenho a vaga suspeita que ela não ia gostar nada de a ver neste blog...

PPS (que é como quem diz Post Post Scriptum): Também podia ter dito que gosto de cor-de-rosa porque a roupa dessa cor combina bem com o meu cabelo e tom de pele. Mas temos que convir que isso, além de um bocado fútil, não bastava para fazer um post decente…

2 comentários:

  1. ó pá, eu não sou gótica (mas já fui!) nem punk (mas tive um affair de cabelo espetado!) e visto-me de preto!!! QUAL É O PROBLEMA??? No entanto não me parece que a fauna do gótico/industrial que frequenta a dita secção da Fábrica Nacional de Ar Condicionado me achasse piada... até porque eu sou uma TIAZOCA!

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  2. De facto, nunca reparei que o rosa fosse a tua cor... Enfim, sempre aprendendo ;-) Ja agora, a "tiazoca" é quem eu penso, não é? Ósculos a todas.

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