O cão é o melhor amigo do Homem... oder nicht!

O cão!
Pois é, não é só a Kruella que tem um cão, a Je também! E que coisa Má Linda que é o meu...
O meu cão é deficiente mental! E não me venha cá a Associação Defensora dos Direitos dos Animais com coisas porque eu é que vivo com ele e eu é que sei o que tenho que aturar!!! (De certeza que o estupor também deve dizer que a Dona dele, eu portanto, também é deficiente mental mas isso já é uma outra história e por motivos óbvios não me apetece ir por aí!).
O cão tem muitos nomes (aliás como qualquer cão que se digne), portanto ele responde aos nomes de Requy (como podia ele não ser deficiente se eu lhe dei o nome a pensar no Requiem de Mozart?), Requyo, puto, animal, amori (isto quando eu estou com níveis muito elevados de febre e me dá para o sentimento), cão e biscoito (é verdade! porque se eu digo a palavra biscoito ele vem logo a correr por isso...). Em relação ao nome 'pão' eu nem o preciso de dizer... ele só precisa de sentir o cheiro e já não me larga as saias (que eu não uso só para que conste!).
O Requy é um cão de mil ofícios e sete instrumentos. Faz tudo... mas faz tudo mal! É histérico (acreditem é mesmo histérico!!) e por tudo e por nada põe-se a querer dialogar com o pessoal como se de uma pessoa se tratasse! Portanto, sempre que chego a casa, eu que moro num belíssimo nono andar, os meus vizinhos do R/c ficam logo a saber (o que dá sempre jeito quando as horas de chegada são um bocado mais tardias!).
Anexada a esta histeria (posso sempre pensar que é apenas uma alegria exacerbada por ver a Dôninha), há sempre as ameaças constantes de que ele se julga alvo quando está na varanda. Ele acredita fielmente que qualquer hora é uma boa hora para ladrar, por isso quer seja porque passou um avião, porque passou uma criança, porque passou uma mota, porque passou um cão, ou porque não passou nada e devia estar a passar para ele poder ladrar... em todos os casos anteriores e em outros casos que, por lapso, tenham ficado omitidos, o histérico ladra!!
O Requy já teve ordem de expulsão anunciada... mas como nem dado ninguém quer o bicho tem-se mantido lá por casa até eu receber a resposta de que estou à espera (e algo me diz que o melhor mesmo é esperar sentada porque não a vou receber... cada um tem o que merece!!).
Já fiz de tudo para melhorar o comportamento do bicho... é verdade!! Andei com ele na escola durante ainda uns bons dois anos... ele saiu de lá quase a conseguir articular a sua primeira palavra (que eu suponho que fosse ou 'rua' ou 'pão' ou mesmo quiça 'cabra' por todas as vezes que eu adormeço e não o levo à rua de manhã) mas a obedecer (que era o intuito do curso) ele não saiu de lá a fazê-lo. Aliás, aquele cão era a vergonha da minha cara nas aulas, porque sempre que era preciso um exemplo a não seguir o Requy era o exemplo ideal! Ora bolas para isto!!
Como última tentativa de acalmar o bicho (que entretanto começou numa marcação desenfreada por tudo o que era parede, electrodoméstico ou livro da minha casa) foi a castração! Ah pois é meus Senhores!! Agarrem-se aos Vossos Ditos porque eu mandei tirar as bolinhas ao cão! Escusado é dizer que o pessoal começou a dizer que era normal eu ser uma moçoila solteira pois que não há gajo que se aproxime ao saber que quando eu me começo a irritar mando tirar os tomatitos... mas enfim, de qualquer maneira não surtiu efeito e chego mesmo a pensar que a criatura sabe o que eu lhe fiz e que piorou o seu comportamento como forma de vingança!
E agora que o cão foi apresentado despeço-me por hoje como me despeço do meu bichinho todos os dias:
"Até logo Requyo, a Dona adora-te!"