Tentei mil vezes encontrar as respostas a vãs perguntas. Tentei descortinar a razão das coisas, tentei encontrar os porques nos porquês, tentei encontrar mil coisas por caminhos vários... e no fim acabei sempre por nada encontrar.
Há quem diga e quem afirme que na vida nunca se acha aquilo que se procura mas apenas aquilo que se encontra! E foi assim comigo também.
Houve um dia em que te encontrei (ou será que foste tu quem me encontraste?), encontrei-te sem antes te ter procurado, tropecei em ti (como continuo a tropeçar agora, como um O'Neill adolescente que tropeça de ternura) e agora já não te encontro mais.
No entremeio desisti de te procurar... essa não é a via, nunca te irei (re)encontrar exactamente porque te procuro! procurei! será que deixamos alguma vez de procurar??
Sinto que não sou eu apenas... sinto que a humanidade anda toda nesta busca interminável por algo que é mais puro, por algo que se sente. E quando perdemos, quando nos encontramos perdidos, quando não sabemos em que direcção seguir, fica a certeza deixada para os outros que está tudo bem, que sabemos o caminho a seguir, que sabemos os passos a dar, que já passou. Precisamos de fazer acreditar que estamos bem para que esse seja o primeiro passo para nos enganarmos a nós próprios.
Mas olhemos bem lá para dentro de nós? Vá, olhem... eu espero.... já olharam? E então? O que encontraram? Será que essa busca não continua lá? Será que a esperança, que nem uma criança teimosa, não continua a subsistir? Será que ultrapassaram realmente? Será que está mesmo tudo bem?
Pode ser outra forma de amor, pode ser outro tipo de sentimento, pode ser outra coisa qualquer à qual ainda não deram nome, à qual ainda não meteram uma etiqueta, mas continua lá.
Amamos sem pudor e sem razão. Amamos porque gostamos de o fazer. Amamos porque nos faz sentir bem. Amamos porque é uma troca, porque se dá, porque nos damos, porque recebemos, porque não é troca, porque é! Simplesmente é!
Sentimos porque para isso basta sentir. Não há provas de fogo, não há palavras que sejam precisas, não há Olás nem Adeus, o que existe existe de uma forma que não tem forma, que não se empacota, que não dá corpo para prisões conterem.

E tentar encontrar as respostas a estes porquês é não querer encontrar a resposta de coisa alguma.

E como diz o Sérgio Godinho:
"Nunca faças
por desvendar o mistério
há mistérios
que ninguém sabe porquê
e porquê
explicar a explicação?
Há segredos sagrados
pelo sim, pelo não."

1 comentário:

  1. Quer um conselho? Não pense mais no assunto!!!
    Como diria a Florbela Espanca… “He hum não querer mais que bem querer”…
    A propósito, leia Florbela Espanca e vai ver como se sente melhor! Se sentir pior, então veja/ouça um noticiário qualquer e dê graças por estar viva, com saúde, com trabalho… e com pessoas que perdem tempo a ler os seus posts!

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