Frase do FILIPE


Viajava na busca de encontrar algo que me preenchesse, algo que me permitisse chegar a uma resposta que me satisfizesse! Viajei para sul olhava para os rostos que a vista alcançava. Alguns não os via, não os sentia. Outros, imaginava o sorriso e a tristeza que se erguia nas voltas que a vida dera! O sul não tinha nada para mim a não ser o chilrear dos pássaros que passavam por cima em busca do calor! Mas até esses iam para muito mais longe do que eu alguma vez poderia ir…ou assim o julgava! Voltei-me para o Norte! Ia em direcção ao frio com a esperança de encontrar por lá o calor de uma resposta há muito, por mim, ansiada. Andei por ruas estranhas povoadas de rostos que se escondiam atrás de uma gola mais alta! Tinha que haver alguém que me pudesse explicar as palavras que tu um dia me disseste: Busca na ausência... a presença do impossível! Consultava cartomantes, curandeiros, filósofos, professores, políticos, médicos, psiquiatras, psicólogos!
Comecei a calcorrear o país sem rumo…andava para baixo e para cima…para o interior e para o Litoral.
Tinha a frase escrita num papel que abria e fechava vezes sem conta. Quando procurava uma interpretação, junto de alguém, batia com a mão várias vezes no papel, irritado por ninguém me dar uma explicação plausível…válida…que me servisse…que te servisse…que se adequasse à tua forma de ser.
Um dia parei em Braga e sentei-me num banco do Jardim. Estava cansado. Os olhos pendiam-me, a cabeça teimava em inclinar-se…apetecia-me dormir! O desespero começava a tomar conta de mim! Depois de 6 meses sem qualquer solução resolvi parar a procura! Fazer uma pausa…retomar a minha vida mundana…o meu negócio empresarial que tinha deixado nas mãos de outros! Voltei assim para casa!
Pus todos os assuntos prementes em dia. Resolvi mil e uma trapalhadas que tinham ficado pendentes e com o tempo ocupado a pouco e pouco fui esquecendo aquela folha de papel e as palavras nela escritas.
Um dia cheguei a casa, exausto e deitei-me no sofá de pernas esticadas a olhar para os dedos dos pés. Pontapeei a almofada que estava na outra ponta do sofá para esticar melhor os dedos dos pés e vi uma bola de papel …amachucada…já suja! Desdobrei, alisei com cuidado e li as linhas que já decorara! Chorei…pela primeira vez…desde que te foste! Senti a tua falta…as saudades assolaram-me com toda a força! Emiti um grito surdo que só tu desse lado poderias ouvir! Vi-te no sofá ao meu lado a sorrir, estiquei a mão para te tocar nos teus cabelos sedosos e dizer que…te amo.
Não estás! Nunca estiveste no sofá a não ser por breves instantes de imaginação! No entanto senti-te, senti o teu sorriso e finalmente senti o que te devia ter dito há mais tempo mas que agora é impossível dizer a não ser na tua ausência.
Percebi finalmente as tuas palavras!


Ps: Filipe,vi que esta era a frase do teu espaço. Saiu um texto triste. A frase estava no imperativo...ou era isto...ou um pouco mais filosófico-poético { e isso já tu fazes muito bem ;)}. Espero que gostes!

3 comentários:

  1. Como sempre excelente!!! ;)
    Continua K!!
    Beijos

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  2. Muito bem, K, sempre quero ver o que fazes com a minha.
    Confesso que quando li o teu post original, a frase saltou-me logo dos meandros cerebrais. É que o Teco é danado para a brincadeira e está curioso para saber o que vais fazer. ;)

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  3. :)

    Se gostei? (o sorriso acima... te responderá!)

    A frase existe... primeiro pq me dá pra pensar (as vezes) e... pensava eu, que se adequava bem ao meu pequeno espaço! Afinal de contas, nada como criar um vazio imaginário e... ir preencheno-o... com pequenos nadas que vão fazendo nascer... um algo!

    Gostei das tuas imagens... e obrigado pela boleia q deste à minha mente! :) *

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